quinta-feira, 16 de novembro de 2017

A GLÓRIA DO HEAVY METAL


Imagine você chegando de uma cidadezinha do interior e se deparando com um monstro de 7 cabeças chamado São Paulo, com quase 20 milhões de pessoas... imagine você largando suas comodidades que você possuía na cidade do interior, eram vários os fatores que os faziam pensar, tais como: um namoro de 10 anos, famílias, empregos, carreiras, estabilidade financeira, amigos, e o principal: você sabia o seu lugar no mundo.

Ou não. Na verdade, você só vivia, porque o seu verdadeiro sonho estava fora dali.

Gláuber Barreto, Rodrigo Torres e Jesiel Lagoin montaram o Válvera, largaram essa "vida fácil" e resolveram que o que eles queriam era muito mais do que estava programado se continuassem com a vida pacata do interior.

O princípio em sp foi absurdamente complicado, aqui nessa cidade você não tem amigos logo que chega ,você precisa ir atrás das pessoas, é muito diferente de Votuporanga, onde não existe o "vamos combinar... vamos marcar", a "intro" na cidade de pedra foi ruim-, sem shows, sem contatos, e uma dúvida enorme como agir nessa terra de malucos. Eles gravaram o primeiro álbum 4 vezes e nunca dava certo! "São Paulo é isso? Não pode ser...". Pensavam os meninos do Válvera. "Será que nós somos ruins ou não estão nos entendendo que estamos querendo fazer um trabalho de qualidade e não ser apenas mais uma banda..."

Em 2015 lançaram o primeiro disco com Vini Rossignolo na batera, em 2017 Rafa Hernandez gravou o novo disco que leva o nome de "Back to Hell" e a banda está mostrando que conseguiu controlar o monstro da megalópole e trancá-lo num quarto escuro com muito heavy metal.

Gláuber Barreto, vocalista e guitarrista(com sua Les Paul vinho) é um dos caras mais queridos no cenário metal do Brasil. Um cara gentil, faz jus a sua cidade natal: Valentim Gentil. Uma personalidade ímpar, um sujeito que luta contra tanta sujeira que existe nesse país. Off the Record: Um tal de Pedrote do Pagode disse que o ama como um verdadeiro irmão.

Rodrigo Torres(guitarrista) o gigante do Válvera. Gigante em suas atitudes, na forma mais pensadora, e circunspecta, sempre lendo seus livros e analisando antes de falar, e soltando pérolas como um cara que toca sua guitarra como um autêntico guitar hero(aliás, ele saiu na revista Guitar Player). Seus pais sempre estão por perto e isso só enobrece a sua personalidade.

Ziel Lagoin é um baixista à moda antiga. Vemos nele reflexos de Steve Harris e Cliff Burton. Com suas imitações de um famoso baixista e vocalista de uma banda tupiniquim- além de parecer com ele, Jesiel é um dos caras mais bacanas do cenário metálico palestrino. No novo show ele deu uns guturais que ficaram animais, e na faixa bônus da edição especial do lançamento do Back To Hell, Ziel mostra sua felicidade em estar tocando no Rock na Praça, ao lado da Galeria do Rock, para um público gigantesco.

Rafa Hernandez, é um grande batera, um cara eternamente requisitado por um zilhão de bandas, e mesmo assim, dá conta do recado com maestria. Para gravar esse novo álbum, ele enfrentou várias barras pessoais e físicas e provou definitivamente que a batera do Válvera só tem um único dono.

Após apresentar um pouco a banda, chegou a hora de abordar o lançamento do tão esperado "Back to Hell".

Passados dois anos, desde o "Cidade em Caos"(primeiro álbum), a banda está mais madura e com sangue nos olhos para fazer e acontecer no thrash metal mundial. Para isso, gravaram( e produziram) mais uma vez o disco no lendário estúdio Mr.Som de Marcelo Pompeu e Heros Trench do Korzus.

Com mais de 50 shows nas costas, o quarteto resolveu apostar na sonoridade mais encorpada com esse álbum. Com 9 faixas, em 50 minutos de duração, Back To Hell consegue agradar muitos amantes do velho e bom metal.

O Válvera a cada dia que passa aumenta o seu número de fãs, que lotou o Manifesto Bar em uma véspera de feriado. Muito legal ver o "recrutamento" de pessoas que gostam da banda, em dois anos aumentou sua popularidade no cenário do metal nacional.

Estavam presentes na casa de shows várias personalidades de outras bandas: Deca (Baranga), Pompeu (Korzus),  Mexicano (Marrones), Felipe Kbeça (NoWay e Final Disaster), Diana Ungaro Arnos (NoWay), Daniel Bianchi (NoWay), Lucas Mendes( NoWay), Renato Domingos (Armahda), Bruno Kozreran (Laboratori), e além dos músicos que fizeram uma GRANDE participação no show do Válvera: Diego Inhof, Bruno Ricardi e Drio do Eutenia e Victor Guilherme do Mattilha.

A banda mais uma vez contou com as fotos de Edu Lawless, e no suporte estavam John Mota (roadie), Vander Caselli (técnico de som) e a bela Maíra Nakahara no merchan da banda.

Diogo Alemão( o rei dos roadies) e Ricardo Batalha(grande jornalista) também deram o ar de sua graça.

O dj Edu Guilherme (Rox) comandou as pick-ups antes dos shows(no final da noite rolou a banda The Four Horsemen- fazendo covers de Metallica) começarem e agradou muita gente.


O Válvera subiu ao palco por volta das 23:30, os fãs estavam ávidos por esse novo show. Com o cenário pronto, luzes davam maior destaque para o backdrop da capa do disco, da belíssima arte assinada por Marcelo Vasco(artista brasileiro que em seu currículo constam nomes como Slayer, Hatebreed, entre outros grandes da música pesada), a banda entrou com tudo com a poderosa The Skies Are Falling, abertura do show e também do novo trabalho. A banda estava afiada e destemida para colocar abaixo a casa de shows. Os cabelos e as barbas cresceram e o talento musical também. Era perceptível o domínio de seus instrumentos, trocando energia com a galera presente. "10 horas da manhã, eu ainda não dormi, a energia do público tava muito foda"- Gláuber Barreto divulgava em suas redes sociais. A adrenalina de quem esteve por lá talvez nunca mais diminua. É uma banda que transmite uma energia positiva para todos que os cercam. Só tem cara bacana e do bem trabalhando com eles.


Demons of War, a música que deu origem ao espetacular videoclipe, fez os cabeludos e carecas balançarem suas cabeças no thrash metal bem executado da banda.



Dying In The Wrong Life, veio na sequência, uma das mais legais do disco, retrata bem o que eu disse no começo do texto. Musicaça!

Chegava a hora das participações que estavam programadas: The Traveller, teve a ilustre presença do "cachorrão" Vitor Guilherme (Vitinho) da banda Mattilha. Vitinho estava feliz por tocar sua maravilhosa guitarra com seus amigos. Mattilha e Eutenia são parceiros do Válvera em shows, histórias e loucuras por São Paulo. É muito legal quando as bandas se unem e "tentam dominar o mundo".

Falando no Eutenia, foi com os três integrantes da banda que a próxima música do Válvera foi tocada no Manifesto. The King Of Despair, contou com Bruno Ricardi nas guitarras-, "pela primeira vez deixei alguém encostar na minha guitarra", brincou Gláuber, enquanto entregava sua guitarra para o músico do Eutenia e assumia só o microfone junto com André Navacinsk (Drio) e Diego Inhof (guitarra). O Manifesto virou uma festa.

Após o clima de confraternização, veio a pedrada Extinção do primeiro cd do Varva. Foi com essa música que muita gente conheceu a banda. Inclusive, esse que vos escreve. A instrumental Act I foi executada pela metade para entrarem com a Cidade em Caos que levou muita gente à loucura.

As duas últimas foram Gates Of Hell e Back to Hell. Foi um grande show! Um show que representou bem a trajetória da banda nesses 7 anos de estrada, com sangue, suor, lágrimas e vitórias!

Foi uma noite feliz do metal, como todos atestaram na saída. "É o sonho do meu filho estar aqui", me confidenciava um familiar da banda.

Você já se sentiu deslocado? Sem a sua turma. Com medo. Com uma dúvida dilacerante no peito por não saber onde é o seu lugar no mundo?

Com o Válvera, eu me sinto o cara mais feliz do mundo, me sinto seguro como o cara dentro de um bunker escutando as bombas estourando lá fora, pronto para atingir todos os meus sonhos e objetivos. Pronto para atingir a GLÓRIA DO HEAVY METAL!



terça-feira, 14 de novembro de 2017

UM SOPRO DE ORIGINALIDADE



Borges - Vocal 
Léo - Guitarra 
Leandro - Baixo 
Biro - Bateria
Joab - Saxofone
Chileno - Trompete
Caio - trombone


A banda Música Agosto concedeu uma bela entrevista para a Pedrock Press. A banda de ska(rock and roll, reggae, hip hop e outras influências) está desenvolvendo um bonito trabalho na cena independente desde 2011. Com um álbum lançado em 2013 e um ep a caminho até o final do ano, o hepteto contagia o público em todos os seus shows, e após dançar muito com eles, você irá sacar que se trata de uma banda extremamente original e disposta a colocar algumas ideias loucas em sua cabeça. Confira a entrevista da banda abaixo, e um grande salve para o Bruno Borges(vocalista).


Pedrock Press: Quando surgiu a banda? Qual a origem do nome?


Bruno e Música Agosto:

A banda surgiu em 2011. Porém 4 de nós já tocavamos juntos desde 2009. Tinhamos uma banda de hardcore: (Bruno Borges, Léo, Leandro e Biro.) 
Fizemos poucos shows com essa formação, chegamos a compor algumas músicas mas não chegamos a gravar nada. Após um ano, a banda parou, mas amizade sempre se manteve.
Em uma conversa de bar, alguns meses depois, com essa mesma galera, a gente começou a conversar sobre música, falavamos de Ska, Reggae, entre outros estilos musicais, que naquela época a gente tava ouvindo bastante. Através dessa conversa surgiu a vontade 
de voltar a tocar, só que dessa vez fazer um som diferente do que fazíamos anteriormente. Então decidimos montar uma banda de SKA. 

Fomos atrás de musicos de sopro, com muita dificuldade achamos uma pessoa que se interessou pelo projeto e tocava sax, era o Rubão (nosso ex saxofonista) 
Ele entrou para a banda, e então começamos a compor, e vimos que a sonoridade não se limitava só ao SKA e ao Rock (que já era parte do nosso DNA) na hora de compor afloraram influências também do Reggae, do Hip-Hop, da música brasileira, enfim. 
Essa junção de estilos musicais agregados ao rock, nos despertou a ideia do nome da banda, que primeiramente foi concebido como "Agosto" na intenção de passar a mensagem de "Ao seu gosto", do tipo Musica a gosto. 

Esse nome foi mantido até 2016, quando decidimos oficialmente mudar o nome para Música Agosto. 
A mudança se deu para facilitar a busca e identificação do público com a banda, ampliando o sentido do nome, melhorando a sonoridade e dando mais força para a divulgação e pesquisa na web.

Pedrock: Vocês são do Taboão da Serra, existe uma cena forte na cidade (e outros bairros e cidades próximas), como vocês estão vendo esse movimento?

Agosto: Sim. Existem muitos artistas bons fazendo som de forma independente, e isso é ótimo! Pois fomenta a cena, possibilita mais eventos, mais público e networks. 
É um movimento que cresce a cada dia e precisa continuar vivo. Que as pessoas que estão inseridos nesse movimento possam continuar acreditando e buscando seus sonhos. Continuem fazendo e acreditando que um dia tudo isso valerá a pena!

Pedrock: Até agora vocês lançaram o álbum "Teoria da Conspiração Urbana" em 2013 , soltaram um single em 2017 e alguns eps ao longo da carreira, quais são os próximos planos da banda?
Agosto: A gente vai lançar um novo EP, chama-se "Coleta Seletiva de Ideias" a gente já vêm tocando algumas músicas desse trampo, inclusive o single "Até o Final" também fará parte desse novo trabalho. Nós queríamos lançá-lo ainda nesse ano, as músicas já estão gravadas, apenas estão em processo de finalização (master e mix). Porém agora em outubro fomos convidados pelo Projeto Gravando Bandas da Jornada Adobe, para gravarmos um novo clipe com a direção do mestre Derick Borba. 
Com isso acabamos direcionando toda nossa energia para a gravação de um novo som (que também entrará no EP) e que será a música desse novo clipe. Gravaremos entre os dias 24,25 e 26 de novembro o clipe, a previsão de lançamento é para esse ano. 
Após o lançamento desse clipe, nós voltaremos ao estúdio para finalizar o restante das músicas e no máximo no começo de 2018 lançaremos esse novo EP em todas as plataformas digitais. Abaixo segue o nome das faixas desse novo trampo:

EP - Coleta Seletiva de Ideias

01 - Até o Final
02 - O Preço
03 - Dependente Oposição
04 - O Som
05 - Arte de Procrastinar (bonus track)



Pedrock: Como foi a participação no programa Showlivre?



Agosto: Foi muito maneiro! Nós sempre assistimos o Showlivre, vendo nossos artistas preferidos e sonhando um dia participar. De repente isso se tornou possível, foi uma festa só! 

Tivemos todo suporte, uma baita infra, tivemos tudo a favor para fazer nosso show da melhor maneira poissível, e acredito que conseguimos. O feedback da galera foi muito positivo, e até mesmo da galera do Showlivre, o Clemente curtiu pra caramba o som, pediu um CD e nos contou que achou nosso som bem original. Enfim, missão cumprida.

Pedrock: Na década de 90 e começo dos anos 2000, o ska estava bastante em alta aqui no Brasil, com programas na extinta Brasil 2000, e muitos shows no Hangar 110, entre outros lugares, havia um espaço maior para esse tipo de som, vocês acham que o estilo pode voltar com tudo?

Agosto: De uma forma geral o rock e a boa música brasileira, com o passar do tempo vem perdendo espaço na grande mídia. O interesse do mercado não está voltado para o tipo de som que fazemos. A cultura nacional também não favorece, existem diversos estilos musicais, uma concorrência brutal, alto investimentos e barreiras muito complexas que impedem as bandas de rock ou de ska de figurar como grandes artistas do cenário nacional. 

Porém acredito que existe um nicho muito forte e fiel, que torna o trabalho dessas bandas sustentável. Apesar de não ser um movimento que arrasta a massa, é algo absolutamente relevante.
Talvez daqui alguns anos esse estilo ganhe mais notoriedade, tem potencial pra isso, é um som abraangente, mas falta chegar até o nosso povo, que infelizmente ainda é muito refém, do mercado, das rádios, das tvs, das mídias.

Pedrock: Como é tentar viver de música aqui no Brasil? O rock ainda voltará a ser moda aqui no Brasil ou isso é uma grande utopia do entrevistador? (risos)

Agosto: Como citado acima, acredito que existe essa possibilidade, o rock sempre existirá e sempre será forte.
Com certeza sempre haverá uma ou outra banda despontando para o grande público aqui no Brasil, desde que façam um som abraangente e que faça o mercado vislumbrar possibilidade de receita, isso é um pouco limitador, mas não podemos nos limitar a moda. 
O underground tá aí, acontecendo se sustentando, lotando as casas, vendendos os merch, é possível! Mas exige muito, para fazer isso virar aqui no Brasil, é preciso amar muito a parada e fazer com muita sinceridade.

Pedrock: Cada um dos integrantes da banda deve ter sua profissão, e deve ser uma correria danada, gravar, ensaiar e tocar ao vivo(falam que é parte mais fácil quando se está numa banda), qual o conselho que você daria para alguém que está começando e pretende arriscar a sua vida(risos) fazendo shows?

Agosto: Acho que o grande lance é descobrir o quão você esta disposto a viver isso. Pois como você mesmo diz na pergunta, é complicado conciliar a banda com os compromissos já existentes, como trabalho, estudos, família, relacionamentos. 

Se você não gostar suficientemente de ter uma banda, na primeira dificuldade que aparecer, conflitando a sua rotina pessoal com a banda, isso lhe fará balançar. O que eu posso dizer, é que se você quer mesmo ter uma banda foda! que alcance objetivos, tenha fãs e seja auto sustentável, em algum momento você terá que abrir mão do final de semana com a namorada, do passeio com os amigos, do aniversário da sua tia, sei lá em algum momento você ficará em uma sinuca de bico, e a sua decisão lhe dará essa resposta.
Tem que ser meio louco mesmo, acreditar e apostar rsrs.

Pedrock: Quais foram os shows( e momentos) mais marcantes para vocês nessa trajetória da banda?

Agosto: Foram vários mas destacaria os dois shows que fízemos no Hangar 110, também o show de abertura para o Sublime With Rome no Citi Bank Hall. A entrevista de quase 3h no programa HeavyPeroNoMucho da 89fm, e a apresentação no Estúdio Showlivre.

Pedrock: O que o rock significa pra vocês?

Agosto: O rock simplesmente mudou nossas vidas, foi um divisor de águas, nos fez crescer e aprender muita coisa. Bruno: Eu sabia disso desde que tinha 11 anos, quando ganhei um cd do Nirvana, minha vida nunca mais foi a mesma depois disso.
Era mais do que um som, era life style, um posicionamento, uma religião. 

Pedrock: Agora uma pergunta bem pessoal,Bruno, olhando para o adolescente Bruno, voltando ao passado, sonhando no seu quarto em montar uma banda, escutando os discos dos seus ídolos, o que você acha do Bruno atual? Está feliz com a sua carreira?

Bruno: Sim, jamais poderia imaginar que teria uma banda com uma certa longevidade e bagagem. São mais de 6 anos, momentos inesquecíveis e inimagináveis. Já vivemos coisas suficientes para contar com muito orgulho para todas as próximas gerações das nossas familias. Se a banda acabasse hoje, eu já estaria satisfeito, todo o esforço não foi em vão, tudo valeu muito a pena, e isso nos encoraja de ir mais além, é possível dar mais, conquistar mais e sonhar mais, esse é apenas o começo. 

A coisa mais louca de tudo isso, é poder voltar no tempo e lembrar da época em que idealizava através de mentalizações a gente nesses palcos. 

Antes de acontecer efetivamente, já havia me visto tocando no Hangar lotado, em grandes palcos como citibank hall, no estúdio showlivre, sempre mentalizei isso, me enxergava nesses lugares, botei muita fé, acreditei com a alma, corri atrás, e a cada queda, a cada frustração, me colocava mentalmente de novo em cima desses palcos, insistia nesse sonho, e hoje muitos desses momentos já se materializaram, até arrepia em lembrar, e dá uma motivada a continuar com esse exercicio, de continuar mentalizando esse crescimento, com muita paciência e fé, tenho muito mais cenas que serão materializadas no futuro.